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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Di Maria e Ramires: o avião de Jesus e a perda das duas asas

A perda de Di Maria, mas principalmente de Ramires alterou o plano de jogo do Benfica. Se para o lugar do reforço do Real Madrid veio Nicolas Gaitán para o lugar do internacional canarinho acabou por não vir ninguém.

Gaitán, que ainda procura afirmar-se, embora seja um jogador com características diferentes de Di Maria, parece conseguir vir a fazer aquele lugar embora sem tantas corridas loucas pela linha, mas que podem ser compensadas com as subidas de Fábio Coentrão. De acrescentar que Gaitán apesar de menos explosivo consegue ser mais competente tacticamente. Isto sem pôr em causa que actualmente a dimensão de Di Maria é substancialmente superior à do argentino do Benfica.

Quanto à Ramires, muito dificilmente se encontra um jogador com tais características, e muito menos a um preço acessível. O interior direito do losângulo de Jesus, ao mesmo tempo que dava “enorme” consistência defensiva, não deixava de dar profundidade ao flanco, e isto durante os 90 minutos. Depois podia jogar em qualquer lugar do losângulo (no Cruzeiro jogava a trinco), e em jogos de “tudo por tudo” até a defesa direito (su posição de formação). Ramires funcionou como equilíbrio da equipa, sendo o elemento chave do meio campo, e além disso permitia a JJ mudar a táctica durante um jogo sem ter que recorrer ao banco de suplentes

O lugar ficou em aberto e há preferencialmente três candidatos, e todos muito diferentes: Carlos Martins, Rúben Amorim e Salvio.

Martins, que no losângulo, faz preferencialmente a posição 10, é até ver, quem mais beneficiou da saída de Ramires. Agarrou o lugar de interior direito e embora com outras características tem cumprido muito bem, sendo um dos destaques da equipa neste início de época. É mais cerebral que todos os outros (Ramires, Amorim e Salvio), dá alguma consistência a defender, é muito bom nos passes em profundidade e é forte na meia-distância.

Rúben Amorim é um dos jogadores que não sabe jogar mal. No entanto também não é jogador para grandes rasgos, a não ser a espaços. É o que dá mais consistência a defender (até porque é alternativa a Maxi Pereira a defesa-direito e pode jogar a trinco), mas é o que menos profundidade pela ala.

Por fim, Salvio. A última contratação do Benfica para esta época por empréstimo do Atlético Madrid. Chegou a Madrid como uma daquelas promessas do futebol argentino que saltam todos os anos para o futebol europeu (custou entre 8 a 10 milhões). O clube lisboeta pagou cerca de 2 milhões pelo empréstimo e garantiu 20% do passe.

O argentino é o mais atacante de todos, pode jogar a extremo ou na frente de ataque, e pode transmitir mais profundidade. Mais ainda é cedo para o analisar pois chegou e lesionou-se. Desde que recuperou fez alguns minutos mas por enquanto só mostrou vontade. Veremos se cumpre as expectativas.

Todos os jogadores são diferentes entre si e diferentes de Ramires. A diferença é que Ramires, embora menos técnico, é rápido como Salvio, defende (no mínimo) tão bem como Amorim e consegue ser incisivo/decisivo com Martins. Ou seja, o mais completo de todos.

Agora em vez de um titular indiscutível tem três alternativas distintas. Cabe agora a JJ escolher de acordo com as características do adversário… e (claro) pelo desempenho dos jogadores.
O que é certo é que neste pós-Ramires (e Di Maria) o Benfica obrigatoriamente terá de ser uma equipa diferente esta época, pois as características dos intervenientes são outras.



djisas
(photebol.blogspot.com)

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