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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Mundial de sub-20: Portugal sai de cabeça erguida num dia em que foi muito melhor que o Brasil

O maior elogio que se pode fazer à jovem selecção lusa é que em muitos jogos em vários escalões e com vários resultados diante do Brasil, este foi um daqueles que não há qualquer dúvida sobre quem jogou melhor. Foram pelos menos seis oportunidades claras de golo, contra uma ou duas do Brasil. Perdeu no desempate por grandes penalidades, mas nada pode apagar a boa prestação nos cinco jogos disputados. Se na selecção de sub-21, que começa o europeu esta semana, há muita qualidade estes jovens não lhe ficam muito atrás, além de terem apresentado uma qualidade de jogo acima da média em que expoente máximo se chama Rony Lopes (também conhecido por Marco Lopes). Neste jogo, em grande parte devido ao poderio do adversário, Hélio Sousa optou por reforçar o meio campo. acrescentado a força de Estrela no meio campo defensivo (soltando mais Tomás Podstawski e Francisco Ramos), jogando Ronny com falso extremo-direito.

Portugal apresentou-se quase sempre num sistema de 4-3-3, com uma defesa com laterais que sabem atacar, um trinco, um médio ao estilo box-to-box e um mais criativo. Na frente dois extremos abertos e um ponta de lança.

Na baliza André Moreira não teve muito trabalho, mas apresentou-se com um guarda-redes seguro e com qualidade para continuar a fazer parte dos quadros das selecções.

Na defesa a dupla de centrais composta por João Nunes e Domingos Duarte mostrou-se sempre muito compacta e com bom entendimento. Ambos aparentam ter qualidade para ser o quarto central das suas equipas, no entanto um empréstimo a uma equipa de primeira liga pode ser mais proveitoso nesta altura, porque precisam de jogar. A quantidade de jogadores que Benfica e Sporting têm nos seus quadros também não ajuda.

Nas laterais os titulares foram Riquicho e Rafa, ambos competentes a defender e conseguem fazer a diferença no ataque. O primeiro não conhecia tão bem, o segundo já há vários anos que é apontado com uma grande promessa. Ambos têm qualidade para serem opção secundária nas suas equipas, embora o mais provável é serem emprestados a uma equipa de primeira liga ou então continuarem a evoluir na equipa B,

Para a posição mais defensiva do meio campo o titular é o capitão Tomás Podstawski. Jogador com muita qualidade táctica e de processos simples que poderia integrar o plantel da equipa principal portista a curto-médio prazo. No entanto, mesmo com a saída de Casemiro, o Porto optará por um nome mais sonante, ficando como alternativa a revelação da época passada: Rúben Neves. Estrela é um jogador muito combativo, menos competente tacticamente e com a bola nos pés. A liga norte-americana não será o melhor sítio para evoluir.

Para a posição 8 a opção mais regular foi Raphael Guzzo que fez uma bela época no Chaves. Porém neste jogo Hélio Sousa apostou em Francisco Ramos, um autêntico box-to-box, que defende e ataca com qualidade, muita garra e boa capacidade de remate. Guzzo, sem bola é menos agressivo e não corre a mesma amplitude de campo, no entanto, com bola, tem mais técnica, maior capacidade de passe e melhor decisão. Entrou em campo no início do prolongamento e fez dois passes de ruptura que por pouco não deram golo. Para perceber melhor a diferença de estilo de jogo dos jogadores podemos comparar com colegas titulares na equipa principal dos seus clubes. Enquanto Francisco Ramos se identificaria mais com Herrerra, Guzzo se aproxima mais de Pizzi.

Na posição mais criativa do meio campo o melhor jogador da equipa (Rony Lopes), que caso não tivesse os sub-20 no mundial poderia estar muito bem na equipa de sub-21, como alternativa a Bernardo Silva. Neste jogo mesmo perdendo influência a actuar como falso extremo-direito, o seu pé esquerdo assumiu muito do jogo ofensivo português. Pertence aos quadros do Manchester City e deve ser mais uma vez emprestado.

Na frente muita qualidade nos extremos. Visto por muitos como tendo o mesmo potencial de Bruma, Gelson Martins foi o grande destaque e o mais desequilibrador. Fez mais que o suficiente para no mínimo fazer a pré-temporada do Sporting, embora acredite que tenha tudo para fazer parte dos quatro extremos do plantel. Nuno Santos e Gonçalo Guedes devem fazer a pré-época do Benfica. O primeiro esteve muito bem, normalmente vindo do banco, em todas as vezes que entrou fez a diferença. O segundo, apontado como a maior promessa do Benfica, esteve mais abaixo do que seria suposto e não foi sequer opção no jogo com o Brasil. Ivo Rodrigues, que fez meia-época muito boa no Porto B e que depois no Vitória de Guimarães perdeu fulgor. Fez um bom torneio e acabou por ser a última cartada de Portugal no jogo com o Brasil. Qualquer um destes quatro tem qualidade para fazer parte dos quatro extremos normais do plantel de um clube grande português.

O ponta de lança André Silva marcou quatro golos durante a prova mais não só. Apesar de neste jogo ter tido três perdidas clamorosas, mostrou ser um avançado muito completo. Batalhador, boa técnica, passa bem a bola, finaliza bem e com bom poder de decisão. Muito potencial embora seja quase impossível entrar no plantel principal do Porto. Mesmo com a saída de Jackson o Porto vai apostar noutro avançado para concorrer com Aboubakar. Depois ainda há os dois espanhóis, embora não sejam ponta-de-lança puros, e Gonçalo Paciência que está nos sub-21.

Os restantes jogadores não os vi jogar.


Todos os convocados:

Guarda-redes: André Moreira (Moreirense), Guilherme Oliveira (Sporting) e Tiago Sá (SC Braga)

Defesas: Nélson Monte (Rio Ave), Domingos Duarte (Sporting), João Nunes (Benfica), Mauro Riquicho (Sporting), Rafa (FC Porto), Rebocho (Benfica)

Médios: Estrela (Orlando City/EUA), Francisco Ramos (FC Porto), Janio Bikel (Heerenveen/HOL), Raphael Guzzo (Desp. Chaves), Rony Lopes (Lille/FRA), Tomás Podstawski (FC Porto).

Avançados: André Silva (FC Porto), Gélson Martins (Sporting), Gonçalo Guedes (Benfica), Ivo Rodrigues (FC Porto), João Vigário (V. Setúbal), Nuno Santos (Benfica)

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